sexta-feira, 11 de maio de 2012


ASSOCIAÇÃO CULTURAL BERÇO DO MARABAIXO

                                                Presidente Marilda Costa

Síntese Histórica 

O Marabaixo é uma manifestação tradicional da cultura popular resultante da luta e resistência do povo afro descendente, em especial do homem amazônida amapaense. Nasceu do encontro das diferentes etnias interagindo num mesmo contexto social, Evidencia aspectos do catolicismo popular, associados a elementos transcendentes de africanidade, símbolo de identidade cultural e etnicidade do amapaense.
O histórico deslocamento das famílias negras da frente da cidade para os dois núcleos populacionais: Favela e Laguinho ocasionando uma fragmentação no Marabaixo com a perda de importantes elementos nos rituais da tradição, correndo sério o risco do completo desaparecimento, se não houvesse medidas capazes de evitar. Isso impulsionou a organização institucional da ASSOCIAÇÃO CULTURAL BERÇO DAS TRADIÇÕES AMAPAENSE BERÇO DO MARABAIXO, fundada em 19 de junho de 1985, com o objetivo fundamental de preservar e fortalecer o Marabaixo, resguardando os rituais característicos que integram a tradição. A Associação tem como figura patronal a senhora Gertrudes Saturnino, que após a separação, iniciou e coordenou por dezenas de anos os ritos da manifestação, no então Bairro da Favela.
Anualmente a Associação coordena e orienta os festeiros na realização do Ciclo do Marabaixo, quando é dada maior visibilidade a ritualística da tradição, além de realizar sistematicamente oficinas voltadas para a preservação, valorização e fortalecimento desse legado cultural.  
                       
CICLO DO MARABAIXO
        
Os Bairros da Favela e Laguinho anualmente coordenam a realização da secular tradição - CICLO DO MARABAIXO homenageando a Santíssima Trindade e ao Divino Espírito Santo.
         Essa tradição herdada dos ascendentes afros passou a ser realizada nos dois bairros desde os anos quarenta, mais precisamente a partir do deslocamento dos negros da frente da cidade, em 1943, para os núcleos populacionais da Favela e Laguinho. Assim o Marabaixo já perpassou gerações, onde grandes mestres anônimos como Julião Ramos, Gertrudes Saturnino, Benedito Lino do Carmo (Velho Congo), Mestre Ponciano, Raimundo Ladislau, João Barca, Maria Grande, Tereza, Mestre Bruno, Raimunda Ramos, Josefa Ramos, Felícia Ramos, Pedro e Raimunda Costa; seguida pela geração de Natalina, Venina, Guita, Lucimar (tia Luci), Dica Congó, Zeca e Bibi Costa, Raimundo Lino (Pavão), Paulino Ramos, Maria José Libório e muitos outros que tiveram uma importância impar na manutenção e preservação dessa manifestação Cultural.  
         O Marabaixo que se constituía numa festividade das famílias afrodescendentes do Amapá movidos pela força da fé religiosa. Na atualidade passou a ser uma manifestação da sociedade amapaense como um todo e se reveste na maior e mais expressiva manifestação da cultura popular amapaense. Desenvolve-se tradicionalmente no decurso de todo o período pascal em Macapá, capital do Estado, mas nos últimos nove anos, já foi também incorporado pela comunidade de Campina, Grande. Dessa forma, todos os amapaenses hoje têm o compromisso e a responsabilidade com a preservação e valorização do Marabaixo como nossa histórica tradição cultural.
         O Marabaixo é memória, é história da construção de um Estado livre e democrático que preserva suas raízes. Portanto, deve-se apoiar o desenvolvimento dos rituais de tradição do Ciclo do Marabaixo, içando a bandeira da defesa, da elevação, da manutenção, da preservação e da valorização da cultura do Marabaixo no âmbito do Estado, da Amazônia e quiça do Brasil. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário